sexta-feira, 21 de agosto de 2015

NOVA TÁTICA CRIMINOSA: IDOSOS SÃO USADOS PARA TRANSPORTE DE ARMAS E DROGAS

IDOSO, A NOVA "MULA" DO TRÁFICO


BANDIDOS USAM CASAIS DE VELHINHOS E FAMÍLIAS PARA TRANSPORTAR DROGAS EM RODOVIAS DO RIO

Usar casais com filhos, grávidas e idosos para fugir das blitzes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) nas estradas e rodovias do Rio. Essa é a nova tática dos criminosos que transportam drogas e armas em caminhões e carros de passeio. Muitas são escondidas em forros, carroceria de um carro, junto ao corpo, no bagageiro de um ônibus, e até mesmo em cima dos bancos de automóveis. Entretanto, a estratégia não têm surtido efeito. Somente no primeiro semestre deste ano, foram apreendidos 4,6 toneladas de maconha, uma a mais que todo o ano passado. Neste período, também foram encontrados 84 armas, 36 a mais que todo o ano de 2014. 

“O uso de idosos é cada vez mais comum, assim como casais. Em 19 de julho pegamos um casal transportando 46 tabletes de pasta base de cocaína, escondidos dentro do tanque de combustível de um carro. Disseram que vinham do Paraná passear no Rio. Já apreendemos drogas até em sutiã. Alguns passam graxa no tablete de maconha ou jogam café para que os cães farejadores não sintam o cheiro”, lembrou o chefe do Núcleo de Comunicação Social e agente da PRF, José Helio Macedo, enfatizando que no mesmo dia, em Três Rios, duas mulheres, uma delas grávida de 7 meses, foram presas com 50 quilos de maconha. 

A apreensão de cocaína também cresceu no primeiro semestre, comparado com 2014. Foram 117 quilos contra 740 gramas. As de crack também subiram de 205 gramas para 38 quilos. “Chama atenção essas apreensões deste ano, mas com grupos táticos agindo nas rodovias e um serviço de inteligência integrado com agentes de outros estados, temos obtido sucesso. Cada vez mais as quadrilhas têm se especializado, como no uso de batedores à frente de caminhões com a carga”, afirmou o superintendente da PRF no Rio, José Roberto Gonçalves de Lima Neto. 

A PRF ainda têm aumentado o número de carros roubados recuperados. Só neste primeiro semestre foram 337 veículos (63 a mais que todo ano de 2014). A maior parte da maconha apreendida no Rio é oriunda do Paraguai, que tem fronteiras com Mato Grosso do Sul e Paraná. Já a cocaína, em sua maioria, vem da Bolívia, com pouco mais de 3 mil quilômetros de fronteira com estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia e Acre. 

Na fronteira entre os estados é comum os traficantes utilizarem das mais variadas formas para entrarem com as drogas e outros ilícitos no país como. Muitos usam embarcações e pequenas aeronaves que lançam os carregamentos em fazendas e territórios. Semana passada, em Angra dos Reis, cinco homens foram presos com oito pistolas, durante ação da Delegacia de Combate às Drogas (DCOD) e a PRF.

Para chegar mais rápido, motorista urina em garrafa 

Para chegarem aos locais de entrega rápido sem o risco de ser surpreendidos, as ‘mulas’ têm sido ousadas. Recentemente, José Hélio conta que agentes se depararam com um carro repleto de garrafas cheias de urina. “Alguns nem param nas estradas. Este homem armazenou garrafas de urina no carro e viajou por quase dois dias sem parar”, contou. 

Antes de chegar em favelas do Rio, maconha, cocaína, pistolas e revólveres passam pelas rodovias Presidente Dutra (BR-116), Washington Luiz (BR-040) e Rio-Santos (BR-101). O destino de algumas delas, na Baixada Fluminense, são as comunidades as favelas do Lixão e Beira-Mar, em Nova Iguaçu e Caxias. 

“Há um mês abordamos um motorista com grande quantidade de maconha. Ele reagiu, atirou nos agentes, abandonou o veículo com a carga e fugiu para o Lixão. Fazem o serviço de ‘mulas’ para distribuírem as drogas nestes locais”, comentou José Hélio Macedo, chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF. 

No interior as drogas têm como destino principal Volta Redonda, Resende e Petrópolis. “Algumas drogas apreendidas estão vindo de Acari e Parque União, na Maré, pois têm inscrições do tráfico local”, afirmou José Hélio, que trabalha com outros 749 agentes e também com o Grupo de Operações com Cães (GOC).

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