Armas do confronto não foram apresentadas à Delegacia de Homicídios, nem a do assaltante que morreu na troca de tiros
Menos de 24 horas depois de flagrar as cenas de faroeste em plena Avenida Brasil, na altura de Guadalupe, em que um homem morreu e outro ficou gravemente ferido, agentes da Delegacia de Homicídios (DH) conseguiram identificar praticamente todos os personagens desse novo capítulo do bangue-bangue carioca. O surpreendente é que, além dos atingidos pelos disparos, outros homens que aparecem no flagrante são um policial militar — que veste camisa preta e calça jeans — e um bombeiro, que estava de camisa lilás.
É ele que chega a pisar na cabeça de um dos baleados, identificado como Marcio Luiz da Silva, que morreu no local. Antes de deixar a cena do crime, o bombeiro é flagrado pegando a arma que estava escondida na cintura de Márcio.
Os nomes e as patentes da dupla de militares estão sendo mantidos em sigilo pelos investigadores. Mas, no fim da tarde de ontem, o bombeiro se apresentou à Delegacia de Homicídios, onde até o fim da noite prestava depoimento. Já o outro homem que foi atingido por quatro tiros (dois no peito, um no joelho e outro no ombro), reconhecido como Benício Souza Torres, continua internado no Hospital Getúlio Vargas, na Penha.
Socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Benício foi levado para a unidade, onde foi operado e está sendo mantido sob custódia policial. Com ele, os policiais apreenderam uma carteira falsa de agente penitenciário.
No quebra-cabeças para tentar desvendar cada passo do crime, a DH já descobriu peças importantes, que remetem a um outro crime, ocorrido em Marechal Hermes minutos antes do duelo. De acordo com informações repassadas à polícia, Márcio e um comparsa teriam praticado uma ‘saidinha de banco’ a um cliente de uma agência do Itaú.
Socorrido por uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), Benício foi levado para a unidade, onde foi operado e está sendo mantido sob custódia policial. Com ele, os policiais apreenderam uma carteira falsa de agente penitenciário.
No quebra-cabeças para tentar desvendar cada passo do crime, a DH já descobriu peças importantes, que remetem a um outro crime, ocorrido em Marechal Hermes minutos antes do duelo. De acordo com informações repassadas à polícia, Márcio e um comparsa teriam praticado uma ‘saidinha de banco’ a um cliente de uma agência do Itaú.
TROCA DE PLACAS
Na pista de descida da Avenida Brasil, cerca de 300 metros antes da entrada do estacionamento de um supermercado, onde ocorreu o confronto, eles teriam parado em um posto de gasolina. Testemunhas ouvidas pela polícia contaram que os dois estariam trocando a placa da moto quando moradores avisaram aos seguranças do comércio local. Na tentativa de fuga, Márcio teria conseguido escapar na moto e entrado no mercado.
A caçada aos supostos ladrões continuou até o momento em que ele tentou sair do estacionamento. Neste momento, Benício passou dirigindo o Seat Córdoba branco, o avistou e deu início ao confronto. Ambos foram baleados no local, como mostra a sequência de fotos. Atingido no peito e na perna, Márcio, que estava com cerca de R$ 1.300 no bolso, ainda tentou escapar correndo por entre os carros, mas acabou caindo no meio da pista. Em seguida o bombeiro vai até ele e o agride com um forte pisão na cabeça. O dinheiro seria fruto do roubo.
Os policiais da Delegacia de Homicídios tentam agora descobrir a relação existente entre o bombeiro, o PM e Benício, que já havia sido preso e condenado a 1 ano e três meses de prisão em 2002 por porte ilegal de armas. A Polícia Civil também apura se eles faziam parte de alguma empresa de segurança privada que atua naquela região.
As investigações da polícia revelam ainda a audácia de Benício. Além de ele andar armado sem ter autorização, o carro que dirigia também está em situação completamente irregular. Como se não bastasse o fato de o último licenciamento do Detran ter sido feito em 2007, o Córdoba branco continua em nome de uma agência de automóveis com sede da Rua 24 de Maio, apesar de ter sido vendido em dezembro de 2008.
O número de multas registradas no cadastro do veículo também impressiona: 46 infrações acumuladas entre 13 de dezembro de 2007 e 2 de fevereiro de 2010. Desse total, 10 multas foram emitidas somente este ano.
Os policiais da Delegacia de Homicídios tentam agora descobrir a relação existente entre o bombeiro, o PM e Benício, que já havia sido preso e condenado a 1 ano e três meses de prisão em 2002 por porte ilegal de armas. A Polícia Civil também apura se eles faziam parte de alguma empresa de segurança privada que atua naquela região.
As investigações da polícia revelam ainda a audácia de Benício. Além de ele andar armado sem ter autorização, o carro que dirigia também está em situação completamente irregular. Como se não bastasse o fato de o último licenciamento do Detran ter sido feito em 2007, o Córdoba branco continua em nome de uma agência de automóveis com sede da Rua 24 de Maio, apesar de ter sido vendido em dezembro de 2008.
O número de multas registradas no cadastro do veículo também impressiona: 46 infrações acumuladas entre 13 de dezembro de 2007 e 2 de fevereiro de 2010. Desse total, 10 multas foram emitidas somente este ano.