domingo, 31 de janeiro de 2010

Filho de PM linha dura degenera: vira ladrão

Três homens foram presos, na madrugada deste domingo, no bairro da Tijuca, por policiais militares do 6º BPM (Tijuca), acusados de tentar assaltar um escrivão de cartório.

Paulo Olímpio Ferreira Lopes, de 28 anos - filho do coronel PM Paulo César Lopes -, o soldado do 17º BPM (Ilha do Governador) Glauco Telles Nunes, de 30, e Leonardo Gusmão Rodrigues, de 25, ainda tentaram fugir, mas foram perseguidos, capturados e levados para a 20ª DP (Vila Isabel), onde acabaram autuados em flagrante.

Na delegacia, a vítima, de 36 anos, contou que por volta das 4h40m saiu do clube Monte Líbano, na Lagoa, e foi deixar um amigo na Rua Pereira Nunes, na Tijuca. Quando estava parado na via, os acusados saltarem de um Meriva. Ainda de acordo com o escrivão, Paulo Olímpio estava com uma pistola calibre PT 380 e o rendeu, pedindo seu cordão e seu relógio, ambos de ouro. - Ele identificou-se como PM. Blefei e disse que também era policial - contou a vítima, que acredita ter sido seguido pelos acusados desde o clube.

Uma patrulha do 6º BPM passava pelo local e viu a cena. Quando os PMs se aproximaram, Paulo e os cúmplices voltaram para o Meriva e fugiram. Houve perseguição.

Os policiais do batalhão da Tijuca atiraram contra o carro dos acusados, que acabaram se rendendo. A pistola PT 380 - que está com a numeração raspada - e o Meriva foram levados para a delegacia. Os policiais estão tentando descobrir se o carro é roubado ou não.

Coronel linha dura

O coronel Paulo Cesar Lopes está há 36 anos na Polícia Militar e tem fama de ser rigoroso. Quando assumiu o 3º Comando de Policiamento da Baixada Fluminense, em maio, decidiu aplicar a linha dura na tropa que integra os seis batalhões da região.

As principais medidas, em vigor desde o dia 16 de maio, são o cadastro, pelos comandantes de batalhão, do carro com que o policial vai à unidade, o fim das blitzes de fiscalização de trânsito que não sejam comandadas por um oficial e a retirada imediata de aparelhos de TV e DVDs de todos os Destacamento de Polícia Ostensiva (DPOs) da região.

Lopes explicou que as determinações visam a acabar com a corrupção na corporação que chefia, integrada por 15º (Duque de Caxias), 20º (Nova Iguaçu), 21º (São João de Meriti), 24º (Queimados), 34º (Magé) e 39º (Belford Roxo).

Em 30 de março 2005, um dia antes da Chacina da Baixada, quando comandava o 15º BPM, uma cabeça foi arremessada dentro da unidade, supostamente uma represália de PMs ao rigor com que Lopes chefiava a unidade.

Coronel diz que filho é mau-carater e cometeu um ato insano
 O coronel Paulo César Lopes soube há pouco da prisão de seu filho, Paulo Olímpio Ferreira Lopes, de 28 anos.

Demonstrando muita irritação, o oficial descartou qualquer possibilidade de perdoar o rapaz, que foi flagrado por uma equipe do 6º BPM (Tijuca) quando assaltava uma pessoa na Rua Pereira Nunes, na Tijuca: - Ele é um mau-caráter, que cometeu um ato insano. Não vou procurá-lo. Não quero saber mais dele.

Paulo Olímpio e dois cúmplices - o soldado do 17º BPM (Ilha do Governador) Glauco Telles Nunes, de 30, e Leonardo Gusmão Rodrigues, de 25 - ainda estão na 20ª DP (Vila Isabel), para onde os três foram levados. Durante a madrugada, a mãe de Paulo Olímpio esteve na delegacia visitando o filho.

O coronel Paulo César Lopes é conhecido fora do Brasil, pelo rigor com a disciplina e o combate à violência policial, sendo elogiado pela Anistia Internacional. No ano passado, como comandante da Baixada Fluminense, perfilou sua tropa para que um menor de idade, morador da favela Gogó da Ema, em Belford Roxo, reconhecesse publicamente um cabo que o agrediu. O cabo foi punido.

Filho de coronel tentou entrar para a PM e foi investigado por tráfico

Paulo Olímpio Ferreira Lopes, de 28 anos, fez prova para a Polícia Militar em 2007, mas não passou. Filho do coronel Paulo César Lopes, o rapaz já teve também o nome envolvido em outros episódios relacionados ao mundo crime.

Ele foi investigado pelas polícias Civil e Militar por suposto envolvimento com o traficante Irapuan David Lopes, chefe do tráfico no Morro São Carlos, no Estácio, morto em outubro de 2004.

A função do rapaz seria, de acordo com a investigação, de motorista de Gangan: ele passaria despercebido no caso de o carro em que o bandido estava ser parado em blitzes da polícia.

Na época, Paulo Olímpio estaria trabalhando com o pai, na firma de segurança dele. Na mesma ocasião, um filho de um policial civil - já morto - também foi investigado por suspeita de ser o outro motorista de Gangan.

PM preso tenta tirar arma de policial civil para se matar

O soldado do 17º BPM (Ilha do Governador) Glauco Telles Nunes, de 30 anos, tentou tomar a arma de um policial civil da 20ª DP (Vila Isabel), onde está preso, agora há pouco, dizendo que queria se matar.

Transtornado, o PM teve que ser contido por outros agentes e algemado. Glauco foi preso na madrugada deste domingo, na Tijuca, sob a acusação de tentar assaltar um homem na Rua Pereira Nunes. Na ocasião, ele estava com outras duas pessoas, que também foram presas: Paulo Olímpio Ferreira Lopes, de 28 anos, e Leonardo Gusmão Rodrigues, de 25.

A assessoria de imprensa da Polícia Militar informou que Glauco seguirá para o Batalhão Especial Prisional (BEP), em Benfica. Ainda de acordo com o órgão, foi aberto um inquérito para apurar as circunstâncias em que o PM foi preso.

Coronel Paulo Lopes: 'Foi como levar um tiro fatal'
 PM desabafa e revela que já tinha avisado o filho que não o protegeria se um dia cometesse um crime
O CORONEL PM reformado Paulo Cesar Lopes não esconde a revolta e a tristeza com a prisão do filho. Acostumado as ameaças de morte, está diante da situação mais delicada que já enfrentou. A prisão de Paulo Olímpio Lopes em flagrante “foi como levar um tiro fatal”, descreve o coronel. Na sua carreira, não faltam episódios de represália às suas ações contra maus policiais. Em 2005, no 15º BPM (Caxias), dois homens foram mortos e suas cabeças, jogadas no batalhão. Na época, investigava mais de 100 PMs com suspeita de enriquecimento ilícito. No 14º BPM (Bangu), transferiu, ao todo, 300 PMs em 2001 e 2007.


O DIA: Por que o senhor não foi à delegacia após saber da prisão de seu filho?


Coronel Paulo César Lopes: Não fui e nem irei. Tenho certeza que não falhei como pai. Sempre dei assistência material, intelectual e afetiva. Cumpri meu dever de pai e não passarei a mão na cabeça dele. Se quer roubar, ser assaltante, então vai ter que assumir as consequências. Ano passado, ele se formou em Gastronomia. Foi um curso caro e custeado por mim. Logo depois, recebeu um convite para trabalhar embarcado, mas não aceitou. Disse que preferia abrir um negócio e o ajudei com tudo que precisava para montar a empresa. Ele estava trabalhando, fornecendo refeições em domicílio. Teve todas as oportunidades para se tornar um cidadão de bem.


O DIA: Como soube da prisão de seu filho? Foi ele quem ligou para o senhor?

Coronel Paulo César Lopes: Não. Sempre o avisei que se um dia fosse preso não era para me ligar e ele não ligou. Pelo menos isso aprendeu. Fui acordado às 9h por um repórter e disse a ele o mesmo que repito agora: ‘Se meu filho quer ser bandido, então que assuma as consequências. Já é suficiente ter manchado meu nome’. Ele teve boas escolas, acesso à cultura. Teve de tudo e o que fez mostra o quão mau caráter ele é. Escolheu seguir por essa vida.


O DIA: Como pai como se sente vivendo uma situação como essa?


Coronel Paulo César Lopes: Estou sofrendo muito, mas tenho a minha consciência tranquila porque sei que a falha foi só dele. Falhou por não ter ouvido a orientação do pai. Sempre falei para ele que se um dia cometesse um crime não teria meu apoio presencial. Como pai, não consigo me omitir, vou proporcionar os recursos para sua defesa, mas como coronel não moverei uma palha. É muito triste saber que o meu filho pode ter se tornado o que sempre combati dentro e fora da polícia: bandido. Foi como levar um tiro fatal.


O DIA: Já falou com seu filho após a prisão?

Coronel Paulo César Lopes: Não. Ele sabe que foi desleal comigo. Sabe que o amo e do desgosto que está me dando. Se ele tiver o mínimo de vergonha na cara, não vai ligar nem para me pedir desculpa.

O DIA: Alguma vez desconfiou que seu filho estivesse envolvido em assaltos? Ele é viciado em drogas?


Coronel Paulo César Lopes: Nunca. Ele sabe que eu mesmo o prendo se souber que cometeu um crime. E se fosse na minha frente, era capaz até mesmo de lhe dar um tiro.Nunca notei comportamento estranho, se usava alguma coisa (droga). Ele é extremamente carinhoso.

O DIA: O Meriva usado no assalto era roubado. Alguma vez viu seu filho com o carro?


Coronel Paulo César Lopes: Não. Ele tinha uma moto que eu comprei em 36 vezes e ainda estou pagando. Cumpri meu papel de pai, e ainda pago a escola da filha dele, de 5 anos. Se tenho inimigos na PM é porque a maioria dos policiais estão contaminados e sempre combati os maus policiais. Se meu filho também está contaminado, lamento, mas não posso ser sacrificado pelos erros dele. Quantos pais não passam pelo que estou passando? Mas como é o filho do coronel Lopes, estão se aproveitando. Além de estarem tentando arranhar minha reputação, me preocupo de que o acusem de vários outros crimes. Quero apenas que tenha uma pena justa.
  



Coronel da PM Paulo César Lopes fala sobre a prisão do seu filho durante assalto no Rio
 
EXTRA - Fale um pouco sobre a criação do seu filho.
 
Eu iniciei o relacionamento com a mãe dele em 1977 e, em 1985, me separei. Mas ele foi muito bem criado, sempre estudou em colégios particulares... Até eu me separar dela, ele era o primeiro aluno da turma. Inobstante eu tenha me separado dela, sempre dei total assistência material, intelectual e, sobretudo, afetiva. E firme e segura orientação. E, sobretudo, exemplo, também. Para você ter a ideia do meu empenho, no ano passado ele concluiu uma faculdade de Gastronomia, na Universidade Estácio de Sá, e eu custeei todo o curso. E é um curso caro. No fim do ano, ele me pediu para eu constituir um negócio para ele, de venda de refeições. Eu também propiciei os recursos, e ele estava trabalhando, vendendo refeições em domicílio. Dei uma moto, que está em meu nome, comprei um pneu para ele fazer a vistoria. De sorte que tenho consciência de que, como pai, cumpri com meus deveres, com minhas responsabilidades. Vou me reportar a um provérbio de Salomão: "O filho sábio ouve a instrução do pai, e o escarnecedor é avesso à sua repreensão".
 
O senhor teve uma conversa com ele na noite de sábado, horas antes da prisão. Como foi esse diálogo?
 
Ontem (sábado), falei com ele às 22h40m. Ele estava em casa. Até falei com ele que soube que ele faria uma viagem, estava pretendendo ir para Recife, para a casa de um parente de um amigo dele. E eu falei: "Cara, sua avó vai alugar uma casa em Búzios. Por que você não fica lá com sua avó, não é melhor você ficar junto de sua família?". "Ah, não, já até comprei a passagem". Falei: "Escuta o seu pai, é melhor você ficar junto da sua família. Mas você é de maior idade, você decide a sua vida". E, ao final, me despedi, disse "Deus te abençoe", mandei um beijo para ele e falei: "juízo". 

O senhor está sendo muito criticado nos comentários do blog sobre este caso. O que o senhor tem a dizer?
 
Em processo penal, existe o chamado "princípio da intranscendência": a responsabilização por qualquer crime deve se restringir ao seu autor. Infelizmente, uma corja, um conjunto de malfeitores, de forma absolutamente sórdida, quer associar esse fato ao meu nome. Estão potencializando o que acontece diuturnamente nas grandes cidades e que envolve múltiplas famílias. E, agora, falo como pai: quantos pais diariamente, nas grandes cidades, passam por igual problema ao que estou passando no momento? Será que todos falharam? Será que podem ser responsabilizados? Ou será que [os filhos] preferiram ouvir o mundo a ouvir as orientações dos pais? 

O senhor acha que errou em algo na criação de Paulo Olímpio?
 
Eu não errei. Não errei. Ele é que se desviou das minhas firmes orientações. Aquele que perverte seus caminhos será conhecido. Isso é bíblico. Ele é que quis perverter seus caminhos. E não foi falta de orientação. Como pai, sempre fui atencioso, amigo. Me preocupei com que ele estudasse. Se ele fez essa faculdade, fui eu que descobri esse pendor nele, incentivei e paguei os estudos. De forma que não posso ser sacrificado pelos erros de um homem que tem 28 anos e livre arbítrio para escolher o caminho a seguir. Sempre passei bons exemplos para ele. Ele sabe disso. Tenho absoluta certeza de que cumpri com meu dever de pai. Eu tenho uma mãe de 75 anos, falo com ela diariamente e sigo suas orientações. Tenho uma irmã que é médica, minha outra irmã é diretora de um banco... Minha família é boa. É de origem pobre, mas tem honra. Infelizmente, todo rebanho tem ovelha negra. Talvez eu tenha cometido um erro: me separar da mãe dele. Mas isso acontece na vida de milhares de casais, e não ocorre esse tipo de problema. 

Paulo Olimpio tentou entrar para a PM em 2007, mas não passou. O senhor gostaria que ele tivesse seguido a sua carreira?
 
Não queria que ele tivesse seguido a minha carreira. Mas queria que ele fosse das Forças Armadas. Era meu sonho ser das Forças Armadas, meu sonho era ser da Marinha. Tentei concurso para o Colégio Naval, mas à época minha mãe não tinha recursos para pagar o Curso Tamandaré, que era o que melhor preparava. Não fui bem-sucedido, então mudei o meu foco. Queria ser engenheiro. Em determinado momento da minha vida, meu pai passou pra mim que a PM teria uma escola de formação de oficiais, por que eu não tentava... Fiz o concurso e passei. Isso, em 1973. E tirei 36 anos e quatro meses de serviço, cumpri com meu dever, desagradei a muitas pessoas, as pessoas que hoje estão se regozijando do mal alheio. Mas ignoram que aqueles que se comprazem com o mal alheio, em breve o mal estará a suas portas. 

Seu filho chegou a ser investigado por uma suposta ligação com o traficante Irapuan Lopes, o Gangan. Como o senhor viu o fato de ter um filho investigado por ligação com o tráfico?
 
Investigar é dever da polícia, indiciar é dever da polícia, reunir provas é dever da polícia. Me parece que isso não restou demonstrado, senão ele estaria preso. Na verdade, esse comentário surgiu depois que um policial militar, um policial civil e mais um X-9 (informante), utilizando uma viatura da Polinter, sequestraram meu filho e queriam R$ 50 mil para liberá-lo. A mãe dele me ligou e eu falei para ela procurar a Corregedoria da Polícia Civil, se mostrar favorável a pagar a recompensa exigida, e esses vagabundos foram presos e condenados a 18 anos. Depois disso, começaram esses comentários. Mas meu filho é de maior idade, não ando com ele 24 horas por dia, tenho a minha vida. Estou separado da mãe dele desde 1985. 

O senhor falou com seu filho após a prisão?
 
Não tenho nada a falar com ele. Não, ele não vai me ligar, já sabe da minha conduta. Se ele está preso, é porque é mau-caráter, não quis seguir as orientações e o exemplo do pai. Que pague por sua transgressão, pelo ilícito cometido, perante Deus e as autoridades. Sempre falei para ele o seguinte: "Se você ficar preso, não me ligue, porque você não terá nenhum apoio meu. Isso aí [a prisão] é um ato de extrema perfídia, é uma deslealdade que eu não aceito, pelo que sou para você, como pai, como amigo, como orientador. E sempre presente em qualquer momento de dificuldade". É óbvio que vou dar apoio material, no que for necessário, em termos de ser realizada a defesa dele, mas simplesmente vou restringir o meu apoio a isso. O que eu tinha de fazer, eu já fiz. 

Neste momento, o senhor está dividido entre o pai que vê o filho acusado de um crime e o coronel, conhecido pelo rigor na disciplina e cumprimento da lei. Como é essa situação?
 
Procurei manter minha calma, evocar a presença de Deus, para me dar resignação, para enfrentar essa adversidade, como tantas outras que enfrentei e superei, com o apoio de Deus, o amor de Deus. E, no que concerne a mim como pai, em termos de apoio material para a defesa dele, vou estar pronto para ajudá-lo. Mas a minha presença física, em termos de visitação, negativo. Eu não mereço passar por tamanha vergonha, de ter que visitar um filho preso. Então, ele que pague exclusivamente pela sua insanidade, pela sua insensatez. 

Que conselho o senhor daria a outros pais, para que não vejam seus filhos na situação que Paulo Olímpio está neste momento?
 
Eu não dou conselho aos pais. Prefiro que o conselho seja dirigido aos filhos: "Filhos, ouçam seus pais, somente eles amam vocês". O amor de um pai é incondicional. Quem sou eu para dar conselho aos pais, se meu filho se desviou? Estou triste como pai, mas como cidadão, vou continuar sendo a mesma pessoa. Não tenho porquê ficar abatido. Sou um homem honrado. 

O que o senhor diria às vítimas que dizem ter sido assaltadas por seu filho? E aos policiais que o prenderam?
 
Lamento profundamente [o que houve]. O Rio de Janeiro é uma cidade que registra um altíssimo percentual de violência e criminalidade, que está arraigado na cidade. Nós precisamos potencializar valores morais da família e da própria sociedade para que isso seja evitado. E pedir desculpas pelo que aconteceu, me desculpar. Apesar do que não tenho de pedir desculpa de nada. Ele vai pagar na Justiça. Aos policiais, parabéns por terem atuado corretamente, inclusive com relação à prisão de um policial militar que também estava em companhia dele, nessa dita empreitada criminosa.

Que PM é esse?
Preso praticando assaltos na madrugada de domingo, na Tijuca, o soldado do 17º BPM (Ilha do Governador) Glauco Telles Nunes, de 30 anos, já era acusado de outros crimes e investigado pela Corregedoria da Polícia Militar. Ele foi capturado com dois comparsas, entre eles Paulo Olímpio Ferreira Lopes, 29 anos, filho do coronel reformado da PM Paulo César Lopes.

Morador do Morro do São Carlos, no Estácio, Telles foi encontrado por policiais do 23º BPM (Leblon), saindo de um baile funk, na Rocinha, com dois homens suspeitos de integrarem o tráfico no São Carlos. Contra o soldado, também existe uma acusação de assaltar pessoas na saída de uma casa de shows, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense.

Leonardo é suspeito de vários assaltos na Zona Sul, Linha Vermelha e em Petrópolis, na Região Serrana. Segundo policiais militares, ele é sobrinho do traficante já morto Robson Roque da Cunha, o Robson Caveirinha, que controlava o Morro do Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, e a Favela do Dique, no Jardim América. Por isso, Leonardo explorava, até a instalação da UPP, a gatonet no Pavão-Pavãozinho. O bandido também é suspeito de ter participado do assalto ao apartamento do DJ Marlboro, em novembro de 2008.


Filho de coronel da PM está em cela separada na Polinter
 
Preso desde domingo na carceragem da Polinter do Grajaú acusado de assalto, Paulo Olímpio Ferreira Lopes, de 25 anos, está numa cela conhecida como “seguro” (destinada a presos que correm risco de vida), por ser filho de policial. O rapaz é filho do coronel da PM reformado Paulo César Lopes, famoso pelo rigor com a disciplina.

Paulo Olímpio está numa cela com outros dez presos. No local, há uma TV e um DVD, levados pela família de outro preso. Isto está sendo permitido com a implantação da “carceragem cidadã” nas unidades da Polinter.

Segundo policiais, até o momento nenhum familiar foi visitar Paulo Olímpio na cadeia. Apenas sua advogada esteve lá, anteontem, e levou roupas e objetos de higiene pessoal. Na cela, os presos dormem sobre mantas estiradas no chão. Colchões são proibidos, por serem altamente inflamáveis.

O rapaz conversa com os outros presos, dorme e se alimenta normalmente. Na manhã desta terça-feira, ele comeu pão com manteiga com café com leite. O almoço foi arroz, feijão, carne picada e batata. O jantar foi arroz, feijão, salsichão e farofa. A sobremesa foi bananada.