O soldado e o cabo da Polícia Militar já estavam detidos desde sábado com prisão administrativa de 72 horas, no 1º Batalhão (Estácio), onde eles trabalham. Segundo a Polícia Civil, uma moradora do Morro do São Carlos, foi abordada por um soldado e um cabo na noite de sexta-feira, próximo a uma estação de metrô. Os policiais teriam roubado R$ 1,7 mil da mulher e exigido mais R$ 20 mil para libertá-la.
Sem conseguir o dinheiro, a suspeita é que os policiais tenham levado a mulher para uma estrada deserta no Alto da Boa Vista e tentado matá-la com um tiro de carabina no rosto. A mulher foi abandonada pelos policiais, mas sobreviveu e denunciou os dois.
Sem conseguir o dinheiro, a suspeita é que os policiais tenham levado a mulher para uma estrada deserta no Alto da Boa Vista e tentado matá-la com um tiro de carabina no rosto. A mulher foi abandonada pelos policiais, mas sobreviveu e denunciou os dois.
Entenda o caso
O cabo PM Marcelo Machado Carneiro, 40 anos, foi detido no fim da noite de sábado, na casa de um parente, em Cosmos, na Zona Oeste do Rio. Lotado no 1º BPM (Estácio), o cabo Marcelo Carneiro, que estava foragido, é um dos acusados de roubar cerca de R$ 1.750, abusar e tentar matar uma vendedora de 21 anos, na sexta-feira à noite, nas Paineiras, no Alto da Boa Vista. O outro acusado, o soldado Rodrigo Nogueira Batista, já havia sido preso na tarde de sábado.
Marcelo foi detido por policiais do Serviço Reservado (P-2) do 1º BPM (Estácio) e chegou à 6ª DP (Cidade Nova), na madrugada deste domingo. Na delegacia, Marcelo e Rodrigo foram reconhecidos pela vítima. Segundo o delegado adjunto Alexandre Braga, o cabo preferiu não prestar depoimento, por estar, aparentemente, alcoolizado. Rodrigo é acusado de ter atirado na jovem.
O delegado informou ainda já ter provas suficientes para solicitar, ainda neste domingo, a prisão provisória dos acusados, junto ao plantão do Tribunal de Justiça. Após os depoimentos, os PMs foram encaminhados ao batalhão, onde ficarão presos administrativamente pelo período de 72 horas. A jovem será incluída no Programa de Apoio e Proteção a Testemunhas.
"Os dois policiais foram reconhecidos pela vítima. E, com base nas provas técnicas, vamos pedir a prisão temporária dos envolvidos. Os policiais serão indiciados pelos crimes de roubo, cárcere privado, estupro e tentativa de homicídio", disse o delegado, que esteve, no fim da noite de sábado, no local do crime, acompanhado de peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
O delegado informou ainda já ter provas suficientes para solicitar, ainda neste domingo, a prisão provisória dos acusados, junto ao plantão do Tribunal de Justiça. Após os depoimentos, os PMs foram encaminhados ao batalhão, onde ficarão presos administrativamente pelo período de 72 horas. A jovem será incluída no Programa de Apoio e Proteção a Testemunhas.
"Os dois policiais foram reconhecidos pela vítima. E, com base nas provas técnicas, vamos pedir a prisão temporária dos envolvidos. Os policiais serão indiciados pelos crimes de roubo, cárcere privado, estupro e tentativa de homicídio", disse o delegado, que esteve, no fim da noite de sábado, no local do crime, acompanhado de peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
Um dos acusados pediu para jovem rezar, antes de fazer o disparo
De acordo com as investigações, a jovem foi abordada pelos policiais na estação do metrô, no Estácio, por volta das 22h30 de sexta-feira. Ela ia para a casa da mãe, quando foi surpreendida pelos PMs fardados. A dupla teria colocado a jovem em uma viatura, depois em um carro particular, e seguiu com ela até a Estrada das Paineiras, no Alto da Boa Vista. A jovem contou que os policais pediram para ela rezar, antes de um deles fazer o disparo. Ela levou um tiro no rosto e só escapou porque fingiu estar morta.
Três horas e meia após se arrastar pela mata, a vendedora escalou a ribanceira e pediu ajuda a um idoso, que passava de bicicleta, sendo socorrida por bombeiros. O tiro que a atingiu entrou no lado esquerdo do rosto e saiu próximo ao ouvido. Medicada no Hospital Lourenço Jorge, na Barra, ela foi levada à 6ª DP e reconheceu os policiais.
Na tarde de sábado, peritos acharam par de sandálias, sangue e cápsula de fuzil. Foram apreendidas duas pistolas, fuzil e carabina dos PMs. O comandante-geral da PM, Mário Sérgio Duarte, disse que, se o julgamento fosse no sábado, os PMs teriam sido expulsos: “Fatos como esses nos envergonham”.
Três horas e meia após se arrastar pela mata, a vendedora escalou a ribanceira e pediu ajuda a um idoso, que passava de bicicleta, sendo socorrida por bombeiros. O tiro que a atingiu entrou no lado esquerdo do rosto e saiu próximo ao ouvido. Medicada no Hospital Lourenço Jorge, na Barra, ela foi levada à 6ª DP e reconheceu os policiais.
Na tarde de sábado, peritos acharam par de sandálias, sangue e cápsula de fuzil. Foram apreendidas duas pistolas, fuzil e carabina dos PMs. O comandante-geral da PM, Mário Sérgio Duarte, disse que, se o julgamento fosse no sábado, os PMs teriam sido expulsos: “Fatos como esses nos envergonham”.
Comandante-geral da PM se diz envergonhado com atitude de policiais
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, esteve na noite deste sábado na 6ª DP (Cidade Nova), para acompanhar as investigações do caso de uma jovem que teria sido achacada, sequestrada e baleada por policiais do 1º BPM (Estácio). O coronel se disse envergonhado com as acusações contra os PMs.
— No primeiro momento, aplicamos uma prisão administrativa. Os fatos são gravíssimos, nos causam uma grande indignação e até nos envergonham. Um policial comentendo isso durante o serviço potencializa e agrava e muito a situação deles. São fatos que nos causam um constrangimento muito grande. Eles podem ser expulsos da corporação — afirmou Mário Sérgio.
O delegado Alexandre Braga, da 6ª DP, já pediu a prisão temporária por 30 dias dos PMs, identificados como o soldado Rodrigo Nogueira Batista e o cabo Marcelo Machado Carneiro. Rodrigo, de 30 anos, está há três na corporação e há um mês no 1º BPM. Anteriormente, ele esteve no 6º BPM (Tijuca). Já o cabo Marcelo, de 40 anos, está há 14 anos na corporação e já esteve lotado no 18º BPM (Jacarepaguá). O soldado Rodrigo já está preso administrativamente.
Em menos de dois meses, este é o terceiro caso envolvendo policiais militares em ações criminosas. Em outubro, o soldado Diego Luis Carvalho Varanda, de 23 anos, foi preso após roubar pedestres e trocar tiros com colegas de farda em um carro roubado. Ele estava acompanhado por dois menores, de 14 e 17 anos, sendo este último, filho de um outro policial militar.
No mesmo mês, os PMs Dennys Leonard Nogueira Bizarro e Marcos de Oliveira Sales foram flagrados por câmeras de vídeo pegando os pertences do coordenador do AfroReggae, Evandro João da Silva, que havia sido baleado por dois assaltantes no Centro do Rio. A vítima agonizou e morreu no local. O Ministério Público estadual ofereceu semana passada denúncia contra os dois por prevaricação e furto qualificado.
No mesmo mês, os PMs Dennys Leonard Nogueira Bizarro e Marcos de Oliveira Sales foram flagrados por câmeras de vídeo pegando os pertences do coordenador do AfroReggae, Evandro João da Silva, que havia sido baleado por dois assaltantes no Centro do Rio. A vítima agonizou e morreu no local. O Ministério Público estadual ofereceu semana passada denúncia contra os dois por prevaricação e furto qualificado.
Coronel Lopes diz que caso da jovem baleada é ponta de iceberg
O Coronel da PM Paulo Cesar Lopes acredita que casos como o da jovem de 21 anos que quase foi morta por policiais na noite de sexta-feira são apenas a ponta do iceberg. Ele explica que, por sorte, a moça conseguiu sobreviver para acusar os suspeitos do crime, enquanto milhares de outros casos nunca são resolvidos.
- É preciso fazer uma intervenção rigorosa na PM, com demissões em massa dos maus policiais, antes de qualquer coisa. Há uma fragilidade da disciplina sem precedentes na corporação - afirma o coronel, acrescentando que, antes de pensar em aumentar o efetivo para 60 mil homens, o governo precisa rever o processo de treinamento e o ciclo de promoções.
- Hoje, grande parte dos policiais são promovidos por tempo, independentemente da sua qualidade. O critério deveria ser o mérito.
Justiça decreta prisão temporária dos PMs
O plantão judiciário expediu no fim da manhã deste domingo, a prisão temporária do soldado Rodrigo Nogueira Batista, de 30 anos, e do cabo Marcelo Machado Carneiro, 40 anos.
Os dois foram presos neste sábado sob acusação de roubo, estupro e tentativa de homicídio de uma jovem de 21 anos na noite de sexta-feira. O soldado negou crimes e o cabo disse que só fala em juizo. Os policiais estão no 1º BPM e serão transferidos para o Batalhão Especial Prisional (BEP).
Soldado da PM nega crimes contra mulher de 21 anos
O soldado Rodrigo Nogueira Batista, de 30 anos, preso no sábado sob acusação de roubo, estupro e tentativa de homicídio de uma jovem de 21 anos na noite de sexta-feira, negou os crimes.
Segundo o delegado Alexandre Braga, o PM relatou uma série de horários e endereços onde esteve durante a madrugada que serão investigados:
- Ele citou lugares e horários vagamente. Agora, vamos verificar o valor dessas informações.
A polícia ainda não sabe o motivo pelo qual os policiais abordaram a jovem: se havia alguma informação ou se foi aleatório.
No início da manhã deste domingo, o delegado da 6ª DP foi à Justiça pedir os mandados de prisão e busca e apreensão para o soldado e o cabo Marcelo Machado Carneiro, de 40 anos, que se apresentou na madrugada deste domingo. Os dois estão presos administrativamente no 1º BPM (Estácio) e serão transferidos ainda neste domingo para o Batalhão Especial Prisional.
Cabo preso na noite de ontem diz que só fala em Juízo
O cabo Marcelo Machado Carneiro, 40 anos, se apresentou neste sábado mas disse que só vai falar em juizo. Ele é um dos dois PMs do 1º Batalhão da Polícia Militar (BPM) que, na noite de sexta-feira, participou de extorsão e tentativa de assassinato de uma jovem moradora do Morro do São Carlos.
A assessoria de imprensa da PM informa que o policial foi preso na noite de sábado, por volta das 22h, na Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM). Em seguida ele foi encaminhado para a 6ª DP, no Centro, onde foi reconhecido pela vítima. Os dois estão presos administrativamente no 1º Batalhão da Polícia Militar.
O cabo Marcelo, de 40 anos, está há 14 anos na corporação e já esteve lotado no 18º BPM (Jacarepaguá).
Já o soldado Rodrigo Nogueira Batista, preso na tarde de sábado, está há três anos na corporação e há um mês no 1º BPM. Anteriormente, ele esteve no 6º BPM (Tijuca).
O delegado Alexandre Braga, da 6ª DP, já pediu a prisão temporária por 30 dias do cabo e do soldado. Ambos estão presos administrativamente por 72 horas no 1ºBPM.
Policiais teriam deixado carro da PM em depósito na Praça Onze
Em seu depoimento na 6ª DP (Cidade Nova) a jovem que acusou policiais do 1º BPM (Estácio) de sequestrá-la, achacá-la e tentar matá-la, na madrugada deste sábado, contou que por volta de meia-noite os PMs, que a levavam num carro do batalhão, pararam na porta do 1º BPM e conversaram com policiais numa Blazer.
Ela diz ter sido pega perto da estação de metrô do Estácio por volta das 22h30m desta sexta-feira. Entre este horário e meia-noite, os policiais teriam rodado por vários bairros, entre eles Tijuca, Rio Comprido e Estácio. A jovem deu entrada, baleada, no Hospital Lourenço Jorge, na Barra, às 2h15m de sábado.
Segundo o comandante do 1º BPM (Estácio), tenente-coronel César Tanner, a jovem contou que o carro da PM onde os policiais a levavam foi deixado num antigo depósito de veículos apreendidos da Polícia Militar, na Praça Onze.
De lá, eles teriam pego o carro particular no qual levaram a vendedora, de 21 anos, para a Estrada das Paineiras. Como o policial que fica de guarda no depósito é do 1º BPM, ele também poderá responder à sindicância aberta no batalhão para investigar o caso.
O coronel Mário Sérgio Duarte, comandante-geral da PM, chegou há pouco à 6ª DP (Cidade Nova), onde o caso está sendo investigado.
Policiais teriam inventado confronto para justificar uso de munição
Segundo o tenente-coronel César Tanner, comandante do 1º BPM (Estácio), os policiais acusados de sequestrar, extorquir dinheiro e balear uma jovem de 21 anos, na noite desta sexta-feira, teriam simulado uma troca de tiros ocorrida entre eles e bandidos numa moto Rua Barão de Petrópolis, no Rio Comprido, para justificar o gasto da munição de fuzil usada para balear a garota.
O comandante do batalhão do Estácio afirmou, porém, ter estranhado a versão, já que ali é uma área de muito risco.
Além disso, de acordo com Tanner, os policiais deveriam ter largado o plantão às 7h, mas deram baixa no batalhão às 5h15m de sábado.
O comandante-geral da PM, coronel Mário Sérgio Duarte, está sendo esperado na 6ª DP (Cidade Nova), onde o caso está sendo investigado.
Policiais teriam imaginado que vítima tinha contato com traficantes
A jovem que teria sido baleada e jogada de um barranco por policiais militares contou na 6ª DP (Cidade Nova) que, depois de pegarem R$ 1.700, os dois PMs ainda exigiram uma quantia em torno de R$ 20 mil. Para o delegado Alexandre Braga, a vítima disse que a dupla imaginou que ela tivesse alguma ligação com traficantes de drogas do Morro do São Carlos, onde reside. Depois de baleada e jogada no penhasco, a vendedora conseguiu retornar para o asfalto, momento em que foi encontrada por um ciclista. Ele acionou o Corpo de Bombeiros que a levou para o Hospital Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca.
Armas que teriam sido usadas por PMs para balear jovem chegam à 6ª DP
Os policiais militares acusados de participar da extorsão e da tentativa de assassinato de uma jovem de 21 anos, nest asexta-feira, no Alto da Boa Vista, são um cabo e um soldado do 1º BPM (Estácio).
As armas que eles utilizavam no dia — duas pistolas, um fuzil e uma carabina — já foram apreendidas e levadas para a 6ª DP (Cidade Nova). O tiro que atingiu o rosto da jovem teria saído de uma carabina.
Ciclista foi quem socorreu jovem que levou um tiro no rosto
A jovem que teria sido baleada por PMs na Estrada das Paineiras teria levado um tiro — supostamente de carabina — no rosto porque não tinha mais dinheiro para dar aos policiais. Em depoimento na delegacia, a jovem contou que tinha R$ 1.700 quando foi revistada pelos PMs próximo ao Metrô da Estácio.
Ao encontrarem o dinheiro, os PMs pediram mais. A jovem disse que não tinha e foi levada para o que seria uma execução.
Após ser baleada no rosto e jogada de um barranco, ela foi socorrida por um ciclista, que a encontrou pedindo ajuda e a levou para o Hospital Lourenço. A jovem foi medicada, liberada e seguiu para a delegacia, onde denunciou os PMs.