segunda-feira, 11 de março de 2013

ESTUDO ANALISA PODER DA POLÍCIA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

PESQUISADORA PROCUROU SABER A VISÃO DOS PRÓPRIOS POLICIAIS SOBRE SEU PAPEL NA SOCIEDADE

Uma instituição de heróis mal administrados. Essa é umas das opiniões sobre a Polícia Militar expressas pelos próprios policiais em depoimentos coletados por Verônica Almeida dos Anjos. Mestre em Ciências Sociais pela UERJ, ela esclarece o papel da polícia na sociedade em sua dissertação “O poder de polícia: um estudo sobre as percepções dos policias militares do Estado do Rio de Janeiro sobre o poder da polícia”. A pesquisadora faz uma análise sobre a atuação desse importante setor, por um ponto de vista de dentro para fora da corporação policial.

Para isso, ela utilizou os policiais militares como referência. Segundo a autora, “a função policial apresenta relevância na vida social e política da população, suas ações possuem impacto em diversos setores da organização e estrutura da sociedade”, por isso devem ser ouvidos e são um objeto interessante de estudo.

O estudo sobre a temática policial aborda a forma como o Estado lida com o controle, manutenção da ordem e o respeito à Constituição. Há um desafio de ser policial hoje em dia, já que ele está autorizado e respaldado pela lei para impor a obediência pela força, sem que isso resulte em opressão ou tirania. Assim, o trabalho da polícia não pode ser considerado independente do governo, já que, caso fosse autônomo, resultaria em um Estado totalitário, conforme concluiu o estudo.
Em seu trabalho de campo, Verônica ouviu policiais militares, que se mostraram conscientes da importância da polícia na sociedade. “A polícia é um divisor de águas para que se possa ter uma sociedade plena, onde todos possam ter os seus direitos preservados e suas obrigações cumpridas”, afirmou um dos policiais entrevistados.

Surpreendentemente, os soldados mostraram-se mais preocupados com a política que cerca os batalhões do que com os riscos que a criminalidade impõe à profissão. “O que mais me preocupa são as pessoas poderosas que tentam influenciar o trabalho dentro dos batalhões”, afirmou um oficial não identificado na tese. Segundo a pesquisadora, essa é uma queixa recorrente dos PM’s. Além disso, ela observou que há um consenso apontando que por isso eles não conseguem realizar o trabalho como “deveria ser”, já que a necessária neutralidade institucional não está sendo garantida.
Em seus depoimentos à Verônica, os policiais também falaram sobre a interferência da mídia em seu trabalho. Para eles, os meios de comunicação exercem uma grande influência a ponto de interferir nas prioridades institucionais. “A política que vivemos hoje é a política da mídia. A PM e a Civil mataram 19 em um ataque no Alemão. E o que a mídia falou no dia seguinte? Maravilhoso! 95% de aprovação da sociedade... Seis meses depois, só pancada por parte da mídia que mudou de posição”, opinou um soldado também não identificado.



PARA SABER MAIS SOBRE A PESQUISA, ACESSE O ESTUDO NA ÍNTEGRA:



FONTE: AGÊNCIA UERJ DE NOTÍCIAS CIENTÍFICAS