terça-feira, 6 de setembro de 2011

Mortes em confronto com a polícia caem até 87,5% em áreas com UPPs

Por outro lado, regiões onde a pacificação ainda não chegou têm índices altos

Apesar dos recentes tumultos envolvendo áreas consideradas pacificadas, como o Complexo do Alemão e a Cidade de Deus, a presença de UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) tem contribuído para a redução de mortes em confronto com a polícia, chamadas de auto de resistência.

Um levantamento divulgado pelo ISP (Instituto de Segurança Pública) nesta terça-feira (6) revela que, nas áreas onde há UPPs implantadas, a quantidade de autos de resistência caiu até 87,5%, entre 2008 e 2010.

Foi o caso da área policiada pelo Batalhão de Jacarepaguá (18º BPM), onde a Cidade de Deus foi pacificada. Foram 24 casos registrados em 2008 contra três em 2010. Este ano já houve dois casos de morte em confronto com a polícia na região.

Na área do Batalhão do Estácio (1º BPM), onde as favelas de Santa Teresa, Catumbi e do Complexo do São Carlos foram pacificadas, a queda foi de 72%. Em 2008, foram registradas 21 mortes em confronto com a polícia. Dois anos depois, o número caiu para seis. Este ano, nenhum caso foi registrado.

Na área do Batalhão da Praça da Harmonia, por exemplo, onde o morro da Providência foi pacificado, foram três casos registrados em 2008 e nenhum em 2010, média que se mantém no primeiro semestre deste ano.

Na área da grande Tijuca, onde praticamente todas as comunidades já receberam UPPs, foram registradas 21 mortes em confronto em 2008. Entre janeiro e junho deste ano, foram apenas duas.

Por outro lado, as regiões onde ainda não há UPPs, sofrem com índices altos de morte em confronto com a polícia. Nas áreas dos batalhões de Rocha Miranda (9º BPM) e Irajá (41º BPM), por exemplo, o índice passou de 139 para 67 entre 2008 e 2009. No ano seguinte, no entanto, voltou a subir, chegando a 111 mortes em confronto com a polícia. Este ano, em seis meses, já foram 62 mortes.

Na área patrulhada pelo Batalhão de Bangu (14º BPM), os autos de resistência aumentaram entre 2008 e 2010, passando de 47 para 58. No primeiro semestre deste ano, já foram 42 casos. A região vem sofrendo com uma guerra pelo controle da Vila Kennedy entre traficantes rivais.

Em Duque de Caxias, os seis primeiros meses deste ano foram mais violentos do que todo o ano de 2010. Foram 62 casos entre janeiro e junho, contra 60 registros em todo o ano passado.