Guerra derruba helicóptero, mata dois policiais e fere Major Busnello
A guerra entre traficantes do Morro São João, no Engenho Novo, e Macacos, em Vila Isabel, derrubou o helicóptero Fénix da Polícia Militar. O aparelho foi atingido quando sobrevoava o morro São João e teve que fazer um pouso forçado no campo da vila Olímpica do Sampaio, localizado na Av. Marechal Rondon, onde pegou fogo, às 10h10m. Mesmo ferido no pé, o piloto, Marcelo Vaz, conseguiu pousar. Na explosão, um policial ficou gravemente queimado, outro foi atingido na perna e outros dois morreram. O piloto foi encaminhado para o Hopital Central da Polícia Militar. Um outro policial está internado no Hospital do Andaraí. Na unidade, também há um bandido ferido. Entre os feridos estaria o major João Jaques Busnello, atirador de elite da Polícia Militar, que foi aclamado como herói ao salvar a vida uma comerciante refém de um assaltante que invadiu sua farmácia armado com uma granada na Rua Pereira Nunes, em Vila Isabel.
Por volta da 1h da madrugada, bandidos do Morro São João, invadiram o Morro dos Macacos aterrorizando os moradores da comunidade. No acesso da Rua Senador Nabuco, em Vila Isabel, foram encontrados três corpos dentro de um Peugeot preto, pela manhã. Cerca de 120 policiais militares foram deslocados para as favelas, depois que moradores do Morro dos Macacos, por volta das 7h30m, indignados com a retirada do policiamento, queimaram pneus e outros objetos na Rua Visconde de Santa Isabel, em Vila Isabel. Até o início da tarde ontem, o 6º BPM (Tijuca) informou que a ação deixou, pelo menos, quatro policiais feridos. A operação no Morro dos Macacos deixou três jovens e uma criança feridos
A invasão teria sido articulada com traficantes de Manguinhos, do Jacarezinho, do Complexo do Alemão em em uma reunião ocorrida na noite de sexta, às 22h, no Morro São João.
Por volta da 1h da madrugada, bandidos do Morro São João, invadiram o Morro dos Macacos aterrorizando os moradores da comunidade. No acesso da Rua Senador Nabuco, em Vila Isabel, foram encontrados três corpos dentro de um Peugeot preto, pela manhã. Cerca de 120 policiais militares foram deslocados para as favelas, depois que moradores do Morro dos Macacos, por volta das 7h30m, indignados com a retirada do policiamento, queimaram pneus e outros objetos na Rua Visconde de Santa Isabel, em Vila Isabel. Até o início da tarde ontem, o 6º BPM (Tijuca) informou que a ação deixou, pelo menos, quatro policiais feridos. A operação no Morro dos Macacos deixou três jovens e uma criança feridos
A invasão teria sido articulada com traficantes de Manguinhos, do Jacarezinho, do Complexo do Alemão em em uma reunião ocorrida na noite de sexta, às 22h, no Morro São João.
Guerra provoca fuga dos moradores do Morro dos Macacos
Famílias inteiras, muitas mães com carrinhos de bebê, estão deixando o Morro dos Macacos com medo de novos conflitos. "Foi uma noite de caos na casa da minha tia. Ficamos com muito medo. As crianças, assustadas, queriam sair de casa no meio do tiroteio", contou Cristina Soares, de 17 anos, que deixava a comunidade com a mãe, a prima e duas sobrinhas. Elas iam passar a noite em Piabetá. "Mais tarde, o bicho vai pegar", previa.
A assessoria de imprensa da Polícia Militar divulgou comunicado sobre a Guerra do Morro dos Macacos:
"Bandidos do Complexo do Alemão e do Jacarezinho invadiram o Morro dos Macacos, através do Morro São João por volta das 3h da manhã deste sábado. O 6º BPM (Tijuca) realizou operação policial para reprimir a ação criminosa. O Bope e o Batalhão de Choque apoiaram essa ação.
Nesta operação um soldado PM do 6º BPM ficou ferido.O helicóptero do Grupamento Aéreo-Marítimo (GAM) pousou para socorrer o mesmo e o levou até o Hospital Central da Polícia Militar. A aeronave voltou ao local para apoiar a operação policial e foi atingida. Houve um princípio de incêndio ainda no ar e o piloto, mesmo atingido por um tiro, conseguiu heroicamente fazer um pouso forçado, num pequeno campo de futebol, impedindo uma tragédia ainda maior. Quatro tripulantes desembarcaram e foram socorridos, mas infelizmente, dois policiais militares não resistiram e faleceram. Um PM ferido está em estado grave.
Foi montado um gabinete de gerenciamento de crise no 6º BPM composto pelo comandante-geral coronel Mario Sergio de Brito Duarte, os chefes do Estado Maior coronel Álvaro Garcia e coronel Carlos Eduardo Milagres, o comandante do 1º Comando de Policiamento de Área (Capital) coronel Marcus Jardim, além dos comandantes dos Batalhões de Choque, coronel Robson Rodrigues e do Bope, coronel Luiz Henrique.
Todos os batalhões do 1º, 2º, 3º e 4º CPAs (capital, grande Niterói, Zona Oeste e Baixada) estão de prontidão. Um grande cerco policial foi montado para busca e captura dos criminosos. Até o momento são três presos. As apreensões estão sendo reunidas para apresentação posterior. Na ação do Morro dos Macacos, três criminosos morreram em confronto, dois policiais militares do GAM faleceram, dois PMs do 6º BPM ficaram feridos, porém, estão fora de perigo. A assessoria de imprensa acrescenta que os ônibus incendiados seriam ações orquestradas pelos criminosos para facilitar a fuga".
“Foi cena chocante. A aeronave embicou e desceu, dando a entender que iria se espatifar na Avenida Radial Oeste, em meio a dezenas de carros que transitavam naquele momento”, disse o empresário M.. A cena foi registrada pelo cinegrafista Júnior Alves, do SBT, que estava encurralado com PMs no morro.
A Rua Antunes Garcia, onde fica a Vila Olímpica, foi fechada para o socorro dos PMs. Nesse momento, o helicóptero blindado sobrevoou as comunidades e o tiroteio recomeçou. Moradores das casas que ficam dentro da Vila Olímpica estavam em choque. A estudante K., 17 anos, viu de sua porta a aeronave cair em chamas. “Alguns policiais conseguiram pular, mas ficaram desesperados por não salvar os colegas. Ouvi explosões por causa da munição do helicóptero”, contou.
O barman Rafael Alves, 31, acompanhou o tiroteio e o desastre do telhado de casa, na Rua Soares, no Engenho Novo. “Ouvi o barulho do helicóptero e muitos tiros em seguida. Vi a aeronave dando um giro de 360° sobre a comunidade, antes de o piloto jogar para o campo. Foi um horror ”, lembrou. Há dez anos na PM, o capitão Marcelo Vaz, 38, tem mil horas de voo. Segundo policiais, um piloto com esse perfil é considerado experiente para a função. No GAM, Vaz já havia feito vários cursos sobre pousos de emergência. Ele sofreu queimaduras na mão esquerda.
Piloto de helicóptero é considerado herói em comunidade
O helicóptero Fênix 02, do Grupamento Aéreo Marítimo (GAM), sobrevoava as favelas de Vila Isabel em apoio a outra aeronave, que resgatou um policial ferido no alto do Morro São João. Atingido por uma bala de calibre ainda não identificado, provavelmente no rotor, o helicóptero, que não era blindado, pegou fogo. Alertado pela tripulação do Fênix 03, o piloto, capitão Marcelo Vaz, começou a perder altitude ainda sobre as comunidades e tentou um pouso forçado num campo de futebol da Vila Olímpica do Sampaio, mas a aeronave caiu. Três ocupantes saltaram e ainda resgataram um colega. Dois policiais não conseguiram escapar.
“Esse piloto foi um herói. Estava em casa quando ouvi a explosão e vi uma peça despencando do céu na favela”, contou Dailane Santos, 20, moradora do Morro do Sampaio. Às lágrimas, o comandante da tripulação do Fênix 03, sargento Cordeiro, lembrou da hora em que avisou pelo rádio que o helicóptero estava em chamas. “A aeronave dele estava pegando fogo por todos os lados. Foi uma situação complicada. Disse ao Marcelo ‘desce, desce logo’. Marcelo soube manobrar o helicóptero em chamas e teve equilíbrio emocional para procurar o campo seguro”, desabafou o sargento.
Os PMs mortos na queda são os soldados Marcos Stadler Macedo, 40, e Edney Canazaro de Oliveira, 30. Segundo o IML, os corpos serão liberados após comparação de arcada dentária e digital. Ainda estavam a bordo o capitão Marcelo de Carvalho Mendes, 29, copiloto, que levou tiro de fuzil no pé direito; o cabo Izo Gomes Patrício, 36, que teve 90% do corpo queimado; e o cabo Anderson Fernandes dos Santos, 34, que também sofreu queimaduras.“Foi cena chocante. A aeronave embicou e desceu, dando a entender que iria se espatifar na Avenida Radial Oeste, em meio a dezenas de carros que transitavam naquele momento”, disse o empresário M.. A cena foi registrada pelo cinegrafista Júnior Alves, do SBT, que estava encurralado com PMs no morro.
A Rua Antunes Garcia, onde fica a Vila Olímpica, foi fechada para o socorro dos PMs. Nesse momento, o helicóptero blindado sobrevoou as comunidades e o tiroteio recomeçou. Moradores das casas que ficam dentro da Vila Olímpica estavam em choque. A estudante K., 17 anos, viu de sua porta a aeronave cair em chamas. “Alguns policiais conseguiram pular, mas ficaram desesperados por não salvar os colegas. Ouvi explosões por causa da munição do helicóptero”, contou.
O barman Rafael Alves, 31, acompanhou o tiroteio e o desastre do telhado de casa, na Rua Soares, no Engenho Novo. “Ouvi o barulho do helicóptero e muitos tiros em seguida. Vi a aeronave dando um giro de 360° sobre a comunidade, antes de o piloto jogar para o campo. Foi um horror ”, lembrou. Há dez anos na PM, o capitão Marcelo Vaz, 38, tem mil horas de voo. Segundo policiais, um piloto com esse perfil é considerado experiente para a função. No GAM, Vaz já havia feito vários cursos sobre pousos de emergência. Ele sofreu queimaduras na mão esquerda.
Capitão ferido no helicoptero é operado
Um dos policiais feridos no helicóptero, o capitão Marcelo Mendes, foi levado ao Hospital da Polícia Militar e está sendo operado nesse momento. Ele sofreu queimaduras no peito e luxação no pé, por causa de um tiro. Está consciente e passa bem.
Especialista em tiros de precisão, o major nasceu em Iraí, cidade do interior do Rio Grande do Sul, onde seus pais trabalhavam como lavradores. Chegou ao Rio aos 14 anos, com o objetivo de largar as enxadas para sempre. Ao ingressar na corporação, em 1993, Busnello traçou uma meta: fazer parte da elite da PM. De 2002 a 2007, serviu no Batalhão de Operações Especiais (Bope), onde tornou-se um ‘caveira’, grupo de policiais que passa pelo rigoroso Curso de Operações Especiais (COE). Atirador de elite, passou a chefiar o grupamento de tiros de precisão.
No dia 27 de setembro, a empresária Ana Cristina Garrido foi salva pelo tiro preciso de Busnello, quando era mantida refém por mais de uma hora por um bandido armado com uma granada, na Rua Pereira Nunes, na Tijuca. A agonia só terminou quando o policial do 6º BPM, atirador de elite, matou o assaltante com um tiro de fuzil.
Após ser operado, Major Busnello passa bem
Responsável pelo sucesso do resgate da refém durante um assalto em Vila Isabel, em setembro, o major João Busnello, 39 anos, foi operado na tarde deste sábado após ser ferido gravemente no Morro dos Macacos e, segundo a assessoria da PM, passa bem. Busnello foi ajudar no reforço da ação e acabou atingido na perna por um tiro. Ele foi levado para o Hospital Central da PM, no Estácio de Sá. Busnello estava de folga e iria à festa de um enteado, na Barra da Tijuca.
Especialista em tiros de precisão, o major nasceu em Iraí, cidade do interior do Rio Grande do Sul, onde seus pais trabalhavam como lavradores. Chegou ao Rio aos 14 anos, com o objetivo de largar as enxadas para sempre. Ao ingressar na corporação, em 1993, Busnello traçou uma meta: fazer parte da elite da PM. De 2002 a 2007, serviu no Batalhão de Operações Especiais (Bope), onde tornou-se um ‘caveira’, grupo de policiais que passa pelo rigoroso Curso de Operações Especiais (COE). Atirador de elite, passou a chefiar o grupamento de tiros de precisão.
No dia 27 de setembro, a empresária Ana Cristina Garrido foi salva pelo tiro preciso de Busnello, quando era mantida refém por mais de uma hora por um bandido armado com uma granada, na Rua Pereira Nunes, na Tijuca. A agonia só terminou quando o policial do 6º BPM, atirador de elite, matou o assaltante com um tiro de fuzil.
O final feliz não aconteceu para Serginho
O final feliz não aconteceu para Sérgio Ferreira Pinto Júnior, o Serginho, 24 anos. Em sua página no Orkut, ele se descreve como um “guerreiro da paz treinado e preparado para a guerra e nascido para amar” e diz: “Sou fiel como um cão de guarda e feroz e faminto como um de caça, mas dócil e amável como um animal domesticado. Sou também mais um guerreiro sobrevivendo nesse mundo injusto e maldoso. Tímido por natureza, paciente por opção e malandro por experiência!”.Ex-militar do Exército, ele concluiu curso de Montagem e Manutenção de Computadores e chegou a trabalhar no cadastro de idosos e portadores de deficiência no RioCard. Em seu perfil profissional, ele diz que sua escola foi a rua e que estava matriculado no curso “Caçador de Aventura” da faculdade “Vida Loka”. Seu trabalho foi definido por ele como “Profissão Perigo: perigoso, mas lucrativo” e suas habilidades profissionais foram descritas como “belas artes e jóias raras”.
Abaixo do seu apelido na página do site de relacionamentos – “Serginho Abençoado & Iluminado” – ele escreveu a frase: “Paz, Justiça e Liberdade” – lema da facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Em um dos seus álbuns de fotos, o criminoso – que já tinha duas passagens pela Polícia e já havia cumprido pena por porte de arma, desobediência, estelionato e furto – postou fotos de uma praia e uma cabana na montanha, revelando que aquele era o sonho dele para o futuro: “meu lar se deus kizer”, diz, embaixo de uma das imagens.
Em outro álbum, ele posta a foto de uma pistola e escreve: “meu direito de defesa”. Há também fotos de um passeio feito em Itatiaia, em julho do ano passado. O criminoso, que, em nove meses de prisão, nunca recebeu visita da família, estava em liberdade desde abril, quando foi solto pela Justiça por falta de julgamento.
Primos fuzilados na volta de festa
Família de três mortos contesta versão de que rapazes seriam criminosos
Família de três mortos contesta versão de que rapazes seriam criminosos
Nas estatísticas divulgadas ontem pela Secretaria de Segurança, quatro jovens que estavam em um Peugeot preto metralhado por traficantes durante a invasão ao Morro dos Macacos foram chamados de bandidos. Mas nenhum deles tem anotação criminal, segundo o sistema da Polícia Civil, e todos tinham empregos fixos. Primos, os mecânicos Marcelo da Costa Ferreira Gomes, 26 anos, o auxiliar administrativo da Clínica São Victor Leonardo Fernandes Paulino, 27, e o mecânico Francisco Ailton Vieira da Silva, 25, morreram na hora. Irmão deste, o atendente do Habib’s Francisco Alailton Vieira da Silva, 22, permanecia em estado grave no Hospital do Andaraí até o fim da noite de ontem.
Enquanto o secretário José Mariano Beltrame incluía o nome dos jovens na lista de bandidos mortos, um tio dos rapazes revoltava-se assistindo à entrevista na televisão. José Marconi Andrade, 48, pegou um táxi e se dirigiu para a sede da secretaria em busca de justiça, mas foi barrado na porta. “Quero ver ele falar isso na minha frente. Eles eram trabalhadores de bem, estavam apenas comemorando a compra do carro”, afirmou, abalado.
Nascidos e criados no Morro dos Macacos, os primos voltavam de uma festa, por volta das 2h, quando foram surpreendidos pelos invasores na Rua Senador Nabuco, na favela. Segundo testemunhas, o carro recém-comprado de Leonardo foi metralhado sem chance de defesa, e os rapazes ainda tiveram documentos e celulares roubados. “A polícia nem subiu para retirar os corpos dos meninos. Nós que descemos o morro com eles embalados em lençóis. Era um cenário de guerra, havia mais de 20 corpos espalhados pelo chão”, disse um familiar, que pediu para não ser identificado. Leonardo comemoraria ontem o aniversário de 5 anos do filho com uma festa.
Outro morto no confronto, Alcinei de Oliveira Justino, 23, também foi contabilizado pela polícia na lista de bandidos. Sua irmã, Marinéia, afirma que ele era servente de obras. “ Morávamos juntos no Morro dos Macacos e ele trabalhava com meu marido”, disse ela. Chocados, parentes dos jovens mortos passaram mal no Hospital do Andaraí e precisaram de atendimento médico. O enterro dos primos Marcelo, Leonardo e Francisco será hoje, às 15h, no Cemitério do Catumbi.
Enquanto o secretário José Mariano Beltrame incluía o nome dos jovens na lista de bandidos mortos, um tio dos rapazes revoltava-se assistindo à entrevista na televisão. José Marconi Andrade, 48, pegou um táxi e se dirigiu para a sede da secretaria em busca de justiça, mas foi barrado na porta. “Quero ver ele falar isso na minha frente. Eles eram trabalhadores de bem, estavam apenas comemorando a compra do carro”, afirmou, abalado.
Nascidos e criados no Morro dos Macacos, os primos voltavam de uma festa, por volta das 2h, quando foram surpreendidos pelos invasores na Rua Senador Nabuco, na favela. Segundo testemunhas, o carro recém-comprado de Leonardo foi metralhado sem chance de defesa, e os rapazes ainda tiveram documentos e celulares roubados. “A polícia nem subiu para retirar os corpos dos meninos. Nós que descemos o morro com eles embalados em lençóis. Era um cenário de guerra, havia mais de 20 corpos espalhados pelo chão”, disse um familiar, que pediu para não ser identificado. Leonardo comemoraria ontem o aniversário de 5 anos do filho com uma festa.
Outro morto no confronto, Alcinei de Oliveira Justino, 23, também foi contabilizado pela polícia na lista de bandidos. Sua irmã, Marinéia, afirma que ele era servente de obras. “ Morávamos juntos no Morro dos Macacos e ele trabalhava com meu marido”, disse ela. Chocados, parentes dos jovens mortos passaram mal no Hospital do Andaraí e precisaram de atendimento médico. O enterro dos primos Marcelo, Leonardo e Francisco será hoje, às 15h, no Cemitério do Catumbi.
Moradores abandonam casas na comunidade
Durante todo o dia, dezenas de moradores do Morro dos Macacos podiam ser vistos abandonando suas casas, levando pertences em sacos plásticos embrulhados em lençóis. O comércio próximo aos acessos do morro fechou em alguns pontos. Nos locais onde continuou funcionando, o movimento foi muito pequeno.
Apesar do risco de nova guerra, parentes dos quatro jovens do Peugeot não pretendem sair do morro, onde a família vive há mais de 30 anos. “Em 33 anos de Morro dos Macacos, nunca tinha visto coisa igual. Eu criei meus filhos aqui e nunca se envolveram com o crime nem usaram drogas. O mundo acabou para mim, mas não vou sair da minha casa. O Rio de Janeiro todo está tomado pela violência”, disse a dona de casa Maria da Costa Ferreira Gomes, 52 anos, mãe de Marcelo Ferreira Gomes.
Mãe dos dois irmãos baleados, Maria Luisa Vieira da Silva, 47, conta que os filhos moravam com o pai, no morro: “Eu já desanimei dessa cidade, é morte todo dia. Se eu soubesse quem fez isso aos meus filhos, eu me vingaria”.
Ontem, o filho de Leonardo Fernandes Paulino, dono do carro metralhado, comemoraria seu aniversário de 5 anos. A festa, que estava sendo preparada pelo pai, teve de ser cancelada. Francisco Alailton, atingido por tiros no braço e internado em estado grave, é pai de um menino de um ano e cinco meses e sua mulher está grávida de três meses.
Apesar do risco de nova guerra, parentes dos quatro jovens do Peugeot não pretendem sair do morro, onde a família vive há mais de 30 anos. “Em 33 anos de Morro dos Macacos, nunca tinha visto coisa igual. Eu criei meus filhos aqui e nunca se envolveram com o crime nem usaram drogas. O mundo acabou para mim, mas não vou sair da minha casa. O Rio de Janeiro todo está tomado pela violência”, disse a dona de casa Maria da Costa Ferreira Gomes, 52 anos, mãe de Marcelo Ferreira Gomes.
Mãe dos dois irmãos baleados, Maria Luisa Vieira da Silva, 47, conta que os filhos moravam com o pai, no morro: “Eu já desanimei dessa cidade, é morte todo dia. Se eu soubesse quem fez isso aos meus filhos, eu me vingaria”.
Ontem, o filho de Leonardo Fernandes Paulino, dono do carro metralhado, comemoraria seu aniversário de 5 anos. A festa, que estava sendo preparada pelo pai, teve de ser cancelada. Francisco Alailton, atingido por tiros no braço e internado em estado grave, é pai de um menino de um ano e cinco meses e sua mulher está grávida de três meses.
Chefe da Polícia Civil: 'A reposta vai vir da mesma maneira e na hora certa'
Em entrevista coletiva concedida no início da noite desde sábado, o chefe da Polícia Civil, Alan Turnowski, afirmou que as autoridades já têm uma estratégia traçada para dar uma resposta aos criminosos responsáveis pelos confrontos no Morro São João e dos Macacos, ambos localizados na Zona Norte do Rio.
Na ação, dois policiais militares morreram após queda de um helicóptero da Polícia Militar atingido por disparos de traficantes. Outros seis militares - um major, um capitão e três cabos - foram feridos e dez criminosos acabaram mortos, um homem foi preso e um adolescente apreendido. Outros oito ônibus foram incendiados e destruídos.
'A gente sabe quem foi, como foi, e a resposta vai vir da mesma maneira e na hora certa. No momento, 500 homens da Polícia Civil estão nas ruas em pontos em que os bandidos de determinada facção podem vir a prejudicar. O setor inteligência está de prontidão", disse Alan Turnowski.
Na ação, dois policiais militares morreram após queda de um helicóptero da Polícia Militar atingido por disparos de traficantes. Outros seis militares - um major, um capitão e três cabos - foram feridos e dez criminosos acabaram mortos, um homem foi preso e um adolescente apreendido. Outros oito ônibus foram incendiados e destruídos.
'A gente sabe quem foi, como foi, e a resposta vai vir da mesma maneira e na hora certa. No momento, 500 homens da Polícia Civil estão nas ruas em pontos em que os bandidos de determinada facção podem vir a prejudicar. O setor inteligência está de prontidão", disse Alan Turnowski.
O comandante geral da Polícia Militar, coronel Mário Sérgio Duarte, confirmou que as polícias estão unidas no combate à criminalidade.
"A Polícia Militar vai trabalhar para também dar uma resposta. Eles (bandidos) vão ser vítimas de suas próprias escolhas", disse Mário Sérgio.
Turnowski disse, ainda, que a população pode esperar por um bom trabalho das polícias para que o episódio de violência deste sábado não caia no esquecimento.
"Quem fez isso vai ter o mesmo fim de seus antecessores. A Polícia Civil está solidária com a Polícia Militar e vamos trabalhar ainda com mais força contra a criminalidade", disse Turnowski.
"A Polícia Militar vai trabalhar para também dar uma resposta. Eles (bandidos) vão ser vítimas de suas próprias escolhas", disse Mário Sérgio.
Turnowski disse, ainda, que a população pode esperar por um bom trabalho das polícias para que o episódio de violência deste sábado não caia no esquecimento.
"Quem fez isso vai ter o mesmo fim de seus antecessores. A Polícia Civil está solidária com a Polícia Militar e vamos trabalhar ainda com mais força contra a criminalidade", disse Turnowski.
Tropa especial para evitar confronto entre traficantes
Dois mil policiais civis e militares farão parte do esquema. Gabinete de crise foi montado no 6º BPM para a operação e folgas estão suspensas
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, anunciou ontem um megaesquema de policiamento, com mobilização de 2 mil policiais civis e militares. Eles tiveram folgas suspensas e estão de prontidão, inclusive os da Baixada e de Niterói. A missão é conter confrontos entre traficantes e ataques a ônibus. Ontem, PMs do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do 3º BPM (Méier) fizeram buscas nos morros dos Macacos e São João, em Vila Isabel.
Um gabinete de crise foi montado no 6º BPM (Tijuca), de onde a cúpula da segurança acompanhou a operação, sem data para acabar. Para conter os confrontos entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Amigos dos Amigos (ADA) foram montados cercos nos complexos da Penha e Alemão, Manguinhos e Jacarezinho, todas do CV, além do Morro do São Carlos e da Rocinha, da ADA. “Foi uma ação desesperada do tráfico para recuperar espaço e dinheiro que perderam. A criação das Unidades de Polícia Pacificadora contribuiu para isso. Ataques não vão desviar nossa estratégia”, disse Beltrame.
A mobilização das polícias começou cedo. Pela manhã, o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, determinou que agentes da Capital fossem convocados. A maior parte ficou nas ruas, e, outro grupo, no Centro de Inteligência da Civil. “Nada ficará sem resposta. Sabemos o motivo e quem foi o responsável. A resposta virá. Outras invasões já aconteceram. O que diferenciou a de hoje (ontem) foi a queda do helicóptero”, avaliou Turnowski. “Não estamos movidos por sentimento de vingança, mas de justiça. Eles (bandidos) serão vítimas de suas próprias escolhas”, avisou o comandante-geral da PM, Mário Sérgio.
Fabiano Atanázio da Silva, o FB, da Vila Cruzeiro, chegou ao Macacos após a invasão e saiu à tarde. Há dois meses, policiais civis receberam a informação de que ele tinha planos de derrubar um helicóptero. Ontem, ele teria dado ordens para os criminosos usarem um míssil antiaéreo comprado por R$ 200 mil. Na operação foram apreendidos seis fuzis; uma carabina ponto 30; duas pistolas; 20 quilos de maconha; 1.450 munições. Quatro motos e oito carros foram recuperados.
O deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) fez crítica ao estado. “Uma política forte de combate aos traficantes não pode ser feita com maquiagem, como a ação no Dona Marta”, disse. O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) contou que esteve na Polinter, perto do Morro dos Macacos, há uma semana, e viu as marcas de fuzil nos prédios. “O forte armamento veio da polícia do Rio ou das Forças Armadas. Precisamos de legislação que agrave a pena para quem estiver com esse tipo de fuzil”.
Um gabinete de crise foi montado no 6º BPM (Tijuca), de onde a cúpula da segurança acompanhou a operação, sem data para acabar. Para conter os confrontos entre as facções criminosas Comando Vermelho (CV) e Amigos dos Amigos (ADA) foram montados cercos nos complexos da Penha e Alemão, Manguinhos e Jacarezinho, todas do CV, além do Morro do São Carlos e da Rocinha, da ADA. “Foi uma ação desesperada do tráfico para recuperar espaço e dinheiro que perderam. A criação das Unidades de Polícia Pacificadora contribuiu para isso. Ataques não vão desviar nossa estratégia”, disse Beltrame.
A mobilização das polícias começou cedo. Pela manhã, o chefe de Polícia Civil, Allan Turnowski, determinou que agentes da Capital fossem convocados. A maior parte ficou nas ruas, e, outro grupo, no Centro de Inteligência da Civil. “Nada ficará sem resposta. Sabemos o motivo e quem foi o responsável. A resposta virá. Outras invasões já aconteceram. O que diferenciou a de hoje (ontem) foi a queda do helicóptero”, avaliou Turnowski. “Não estamos movidos por sentimento de vingança, mas de justiça. Eles (bandidos) serão vítimas de suas próprias escolhas”, avisou o comandante-geral da PM, Mário Sérgio.
Fabiano Atanázio da Silva, o FB, da Vila Cruzeiro, chegou ao Macacos após a invasão e saiu à tarde. Há dois meses, policiais civis receberam a informação de que ele tinha planos de derrubar um helicóptero. Ontem, ele teria dado ordens para os criminosos usarem um míssil antiaéreo comprado por R$ 200 mil. Na operação foram apreendidos seis fuzis; uma carabina ponto 30; duas pistolas; 20 quilos de maconha; 1.450 munições. Quatro motos e oito carros foram recuperados.
Ministro oferece ao Rio homens e helicóptero
O ministro da Justiça, Tarso Genro, colocou à disposição do governo do Rio os homens da Força Nacional de Segurança. Além disso, garantiu recursos para aquisição de um novo helicóptero. “Podemos emprestar de imediato uma aeronave da Força de Segurança”, disse o ministro, que lamentou as mortes. Desde 2008, o governo federal liberou R$ 450 milhões para a segurança do Rio. O deputado federal Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) fez crítica ao estado. “Uma política forte de combate aos traficantes não pode ser feita com maquiagem, como a ação no Dona Marta”, disse. O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) contou que esteve na Polinter, perto do Morro dos Macacos, há uma semana, e viu as marcas de fuzil nos prédios. “O forte armamento veio da polícia do Rio ou das Forças Armadas. Precisamos de legislação que agrave a pena para quem estiver com esse tipo de fuzil”.