sábado, 17 de agosto de 2013

DE JULHO ATÉ AGORA, BALAS PERDIDAS EM DOBRO NO RIO DE JANEIRO

Enquanto duas pessoas morreram por bala perdida no primeiro semestre deste ano, de acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP), pelo menos quatro foram as vítimas fatais desta modalidade de crime de julho até agora, segundo um levantamento feito pelo EXTRA - três somente nos últimos 30 dias. No domingo, Manuel Ferreira, de 60 anos, estava num ponto de ônibus em frente à Rodoviária Novo Rio quando foi atingido por bandidos em fuga.

Segundo o “Relatório temático bala perdida”, publicado a cada seis meses pelo ISP, 59 pessoas (33 delas na capital) foram baleadas de janeiro a junho de 2012 - o que representa 8,9% do total de feridos por arma de fogo. Os dois homens mortos por bala perdida na cidade do Rio simbolizam 0,1% dos 1.442 homicídios por tiros no estado. Ambas as vítimas foram mortas na rua, na área de Bangu e Irajá, e em um dos casos acontecia uma operação policial.

Em agosto, o EXTRA mostrou que o número de vítimas de balas perdidas no estado aumentou 7% no primeiro semestre em relação aos seis primeiros meses de 2011.


TRÊS CASOS EM SEQUÊNCIA
No dia 27 de julho, a estudante Bruna da Silva Ribeiro, de 11 anos, morreu após ser baleada durante uma operação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) na Favela da Quitanda, em Costa Barros. No dia 20 de outubro, a aposentada Zeneide Maria de Lima, de 73 anos, foi ferida durante uma troca de tiros entre bandidos e policiais na Favela do Mundial, em Honório Gurgel. Três dias depois, a passista Ingrid Santos, de 22 anos, foi atingida por uma bala perdida no peito no bairro do Éden, em São João de Meriti.


ANÁLISE DE DADOS

Procurada, a assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança (Seseg) informou que vai esperar fechar o semestre para analisar os dados oficiais de vítimas de bala perdida no período de julho até dezembro.



RELATÓRIO TEMÁTICO BALA PERDIDA
O Relatório Temático Bala Perdida divulgado, trimestralmente, pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), tem como objetivo apresentar o número de vítimas no Estado do Rio de Janeiro. Fica assim entendido como “vítima de bala perdida”, a pessoa que não tinha nenhuma participação ou influência sobre o evento no qual houve o disparo de arma de fogo, sendo, no entanto, atingida por projétil e podendo vir a falecer ou não.

O documento é divulgado com base nas ocorrências criminais registradas pelos Delegados. Como a tipificação adotada pela legislação penal brasileira não inclui a categoria “bala perdida”, optou-se somente identificar os registros que contém a expressão “bala perdida” no campo “dinâmica dos fatos”.

Cabe ressaltar que a categoria “bala perdida” empregada no Relatório, é produzida pelo senso comum, não constituindo conceito jurídico e nem sociológico. A análise do tema buscou levantar algumas características das vítimas (sexo e idade), bem como identificar o local do fato e observar se há menção a algum evento nas proximidades, tais como: ação policial, ação de criminosos ou ainda outros, de natureza diversa como festas, disparos contra terceiros e roubos.