Se a fé move montanhas, porque não uma bala de revólver alojada na espinha? É o que afirma Sebastião Bicaco, o atual presidente da Irmandade de São Jorge, como é chamado o grupo de 50 pessoas que organiza a festa popular do santo em Santa Cruz. Na ocasião, ele conta que cuspiu chumbo pela boca após ter sido vítima de um assalto.
— Eu chegava à casa de um amigo quando percebi o assalto. Levei um tiro no rosto. Mas, no hospital, vomitei a bala depois que fiz minhas orações a São Jorge. E depois que minha tia, de Umbanda, colocou uma guia dele no meu pescoço — relata Sebastião.
Até hoje ele agradece a salvação ajudando a preservar a famosa festa do Largo do Bodegão, no bairro, que completa 50 anos. E também louvando o santo.
— Fiz até uma tatuagem de São Jorge no meu braço direito — conta.
CAVALGADA COMEÇOU APÓS EPIDEMIA DE TIFO
A festa de São Jorge levanta poeira no Largo do Bodegão, em Santa Cruz, há 50 anos. É o mesmo tempo em que a irmandade, batizada com o nome do santo, faz cumprir a promessa por Claudionor Alves, criador da cavalgada.
— Ele trabalhava na área da saúde e desesperou-se quando a filha foi vítima de uma epidemia de tifo. Fez a promessa e foi atendido — conta Sebastião Bicaco, presidente da irmandade, que ajudou a construir a igreja no largo.
A festa receberá, hoje, o show da cantora Leci Brandão. Amanhã é a vez do grupo Balacobaco e, na segunda, do grupo Tá na Mente. Já na terça, dia do santo e o último de festa, quem sobe no palco é a banda católica Del Koro.
Nas ruas, são esperadas 10 mil pessoas, além de dois mil cavaleiros para a tradicional cavalgada do Largo do Bodegão.