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terça-feira, 27 de julho de 2010

Professores da UFRJ em parceria com peritos da PCERJ inventam projéteis com cores para identificar origem dos tiros

Cores para identificar munições. O que antes parecia ser possível só nas séries policiais americanas pode se tornar realidade para a polícia brasileira. Um grupo de professores da UFRJ em parceria com peritos da Polícia Civil do Rio de Janeiro inventou um produto que permite criar infinitas tonalidades nos projéteis. A novidade foi anunciada no em 23 de julho do ano em tela  pelo delegado Allan Turnowski, chefe de Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro.

Turnowski argumentou que as cores nos projéteis vão dificultar o contrabando e desvio de munições de dentro das unidades de polícia, além de garantir que as corregedorias militar e civil atuem de maneira mais incisiva.

O delegado explicou que a tecnologia será aplicada nas munições das polícias civil e militar do Rio  de Janeiro com projeto de expansão para o resto do país. O objetivo é que cada corporação tenha uma cor específica que possibilite a identificação do disparo. De acordo com Turnowski, ainda não há uma data escolhida para a utilização do novo método, que ainda precisa ser regulamentado pela legislação federal através do Ministério da Defesa. Mas, o delegado adiantou que a iniciativa pode entrar em uso em um curto prazo.

“Através dos executivos do governo do Estado do Rio de Janeiro vamos tentar ver se é possível com apenas uma resolução na legislação federal criar uma regulamentação para essa tecnologia. A nossa ideia é que se torne obrigatório para todo país, já que é uma tecnologia que irá garantir mais transparência à polícia e uma conclusão mais rápida nos casos de bala perdida, já que a cor vai permitir conhecer a origem do projétil”, explicou Turnowski.

O delegado afirmou que foram feitos testes em 500 munições recarregadas, sendo que o resultado ideal foi alcançado após quatro meses, sexta-feira (16.07.2010), mesma data que o menino Wesley foi atingido por uma bala perdida na sala de aula de uma escola do município. Na ocasião, acontecia uma operação da PMERJ em uma favela próxima ao colégio em Costa Barros, no subúrbio do Rio. Ainda não se sabe de onde partiu o disparo que matou o estudante de 11 anos.

Raio ultravioleta

A pigmentação da bala não é vista a olho nu, apenas com uma luz de raio ultravioleta e com o uso de reagentes. O professor e químico da UFRJ, Cláudio Lopes, um dos inventores da tecnologia, garante que o estudo é inédito. Ele explicou que a cor também fica marcada nas barreiras perfuradas pela bala, assim como nas roupas dos policiais e da vítima. O grupo responsável pela novidade é o mesmo que criou o luminol, produto químico amplamente utilizado para encontrar vestígios de sangue.

O delegado Allan Turnowski declarou que assim que for permitido o uso do pigmento nas munições, as cores serão individuais para os batalhões da PMERJ e para as delegacias da Polícia Civil.

“As possibilidades de criação de cores é infinita. Mas a princípio, pensamos em fazer assim: Vamos supor que o verde seja a cor da PM, ou seja, cada batalhão terá uma identificação de diferentes tonalidades de verde”, observou o chefe da Polícia Civil do Estado.